segunda-feira, 9 de junho de 2008

Histórico (PARTE I)

A pré-história da Bauhaus remonta ao sec. XIX. Ela inicia-se com as consequências devastadoras que a industrialização crescente teve nas condições de vida e nos produtos manufacturados dos artistas e dos operários, primeiramente em Inglaterra e posteriormente na Alemanha. A crescente mecanização trouxe consigo reestruturações sociais, e largos círculos populacionais foram proletarizados. Mas a produção de bens pôde, deste modo, ser racionalizada e tornada mais barata. Desde os anos 50 que os ingleses vinham a reformar as vias tradicionais de formação dos artesãos e das academias de arte, em vez de se limitarem a reproduzir modelos, os alunos tinham de ser autocriativos. Desde os anos 70 que países continentais, através de reformas próprias, tentavam copiar o sucesso da Inglaterra no campo da produção têxtil. Pensava-se que a chave para uma revitalização da indústria artística residia na reforma da política escolar e educativa. Seguindo o modelo inglês, por toda a Alemanha proliferava a criação de pequenas oficinas privadas que fabricavam utensílios domésticos, mobiliário, têxteis e objectos de metal. Mas, enquanto as oficinas Arts and Crafts inglesas tinham recusado a produção mecanizada, na Alemanha, defendia-se incondicionalmente este modo de produção. Ao longo dos anos 90, a Alemanha foi substituindo a Inglaterra como nação industrial líder, conseguindo manter esta posição até à eclosão da Primeira Guerra Mundial. Os anos antes da Primeira Guerra Mundial não foram apenas uma época de florescimento económico, tendo sido, pela primeira vez na Alemanha guilhermina, organizados inúmeros contramovimentos dedicados à reforma do modo de vida e da civilização que atraíram o apoio de todas as classes e gerações. Ao mesmo tempo a Werkbund e os artistas do Jugendstil tentavam reconciliar “arte e máquinas”. Num movimento manifesto da Bauhaus, que publicou em toda a Alemanha, Gropius estabeleceu o programa e os objectivos da nova escola: em conjunto, artistas e artesãos deveriam criar a “estrutura do futuro”.

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